Inicia-se uma nova jornada na arena financeira do Brasil com a progressão para a segunda etapa do programa Desenrola Brasil, uma iniciativa altamente antecipada para a reestruturação de débitos dos consumidores.
Após um turno inaugural bem-sucedido que viu uma renegociação significativa de R$ 13,2 bilhões, a nova fase se põe em movimento nesta segunda-feira, 25 de setembro, perdurando até a quarta-feira, dia 27.
Esta etapa vem com uma promessa de alívio financeiro para milhões, com 709 credores prontos para oferecer descontos substanciais em uma plataforma inovadora concebida pela renomada B3, a bolsa de valores do território nacional.
A natureza competitiva deste empreendimento se revela através de um leilão de descontos, onde os credores que apresentarem as melhores ofertas serão agraciados com os recursos do Fundo de Garantia de Operações (FGO), um apoio robusto de R$ 8 bilhões advindos do Orçamento da União.
Este mecanismo se propõe a cobrir quaisquer inadimplências futuras dos consumidores que optarem por entrar no carrossel de renegociação, permitindo assim, que as empresas ofereçam abatimentos mais generosos.
Os cálculos oriundos do Ministério da Fazenda sugerem que os descontos alcançarão, no mínimo, uma marca de 58% do montante devido, com a possibilidade de um panorama ainda mais favorável dependendo das nuances econômicas.
Os credores que não se beneficiarem dos recursos do FGO ainda terão a porta aberta para participar do Desenrola, embora sem o respaldo financeiro do Tesouro Nacional.
De acordo com registros recentes, um total de 924 credores mostraram interesse no programa, mas somente 709 atravessaram o processo necessário de atualização de dívidas, tornando-se assim elegíveis para a nova fase.
Este conjunto diversificado de credores vem de nove setores distintos, abrangendo desde serviços financeiros, securitizadoras, varejo, até educação e micro e pequenas empresas.
Segunda Etapa Desenrola Brasil
A segunda etapa, direcionada especificamente para a Faixa 1 do programa, carrega a esperança de beneficiar cerca de 32,5 milhões de consumidores com renda de até dois salários mínimos, os quais estão atrelados a dívidas que têm causado restrições significativas em seu nome.
O Desenrola estabelece um limite inicial de renegociação para dívidas de até R$ 5 mil, um valor que engloba uma esmagadora maioria de 98% dos contratos na plataforma, acumulando um total de R$ 78,9 bilhões.
Todavia, existe uma flexibilidade integrada no sistema: se a adesão não atingir o patamar desejado, o teto para débitos individuais pode ser elevado para R$ 20 mil, elevando o montante em jogo para R$ 161,3 bilhões.
A peculiaridade desta semana reside na restrição dos leilões apenas aos credores.
A oportunidade para os contribuintes formalizarem suas renegociações será desbloqueada na primeira semana de outubro, condicionado à aprovação, pelo Senado, do projeto de lei que delineia os contornos do Programa Desenrola, até o dia 2 de outubro.
Portal gov.br
Os consumidores terão que manter a vigilância. O acesso às informações sobre a inclusão de suas dívidas no programa e os descontos proporcionados será exclusivo para aqueles com contas nível ouro ou prata no Portal GOV.BR, a interface unificada de serviços públicos federais. Uma entrada única é um pré-requisito para avançar com a renegociação.
Um panorama de opções se desdobra quando se trata de quitar os débitos. Os consumidores poderão optar por um pagamento integral ou estender a liquidação por um período de até 60 meses, com taxas de juros capping a 1,99% ao mês.
Para aqueles cujas dívidas não foram selecionadas no leilão, uma luz no fim do túnel permanece, pois podem ainda aproveitar os descontos oferecidos pelos credores, desde que optem pelo pagamento à vista.
Revisitando a história recente, a primeira etapa do Desenrola, inaugurada em julho e voltada para a Faixa 2, já pavimentou um caminho promissor.
Com a renegociação de R$ 13,2 bilhões envolvendo 1,9 milhão de contratos até o dia 18 passado, a iniciativa reverberou positivamente entre os participantes.
Segundo dados da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), esse movimento beneficiou cerca de 1,6 milhão de clientes, tendo em vista que um único correntista pode estar vinculado a múltiplas dívidas.
Adicionalmente, um número impressionante de 6 milhões de pessoas, anteriormente atoladas em débitos de até R$ 100, encontraram um alívio com a remoção de restrições que pesavam sobre seus nomes.
Embora as dívidas continuem existindo e sendo ajustadas, as instituições bancárias suspenderam as barreiras que impediam esses devedores de engajar em atividades econômicas cruciais como a assinatura de contratos de aluguel, aquisição de novas linhas de crédito e o parcelamento de compras.
Ao contrário da próxima fase, a estreia do programa focou exclusivamente em renegociações com instituições financeiras, abrindo portas para correntistas com renda de até R$ 20 mil por mês e dívidas de qualquer magnitude.
Isso incluiu a possibilidade de renegociar débitos relacionados a financiamentos de veículos e propriedades.
Para avançar com as renegociações na Faixa 2, os interessados foram orientados a procurar os canais de atendimento das instituições financeiras, seja via aplicativos, sites ou pontos físicos de atendimento.
O palco está montado para uma transformação financeira profunda, e o Desenrola surge como um protagonista nessa narrativa.
A expectativa agora gira em torno da resposta dos consumidores e do impacto duradouro que este programa poderá ter na recuperação econômica e no alívio da inadimplência em um momento crucial para o Brasil.