A redação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) é uma etapa crucial para os candidatos, pois pode impactar significativamente a pontuação final. Para obter uma boa nota, é fundamental entender e dominar as cinco competências avaliadas. A primeira competência exige o domínio da norma culta da língua portuguesa, garantindo que o texto esteja livre de erros gramaticais e ortográficos. A segunda competência avalia a compreensão do tema proposto e a capacidade de desenvolver uma argumentação consistente e diretamente relacionada ao tema. A terceira competência verifica a habilidade do candidato em estruturar uma argumentação lógica e coerente, selecionando e organizando informações, fatos e opiniões. A quarta competência diz respeito ao conhecimento dos mecanismos linguísticos necessários para a construção da coesão textual, assegurando a fluidez e a conexão entre as partes do texto. Por fim, a quinta competência exige que o candidato elabore uma proposta de intervenção relacionada ao tema que respeite os direitos humanos, demonstrando uma postura cidadã e crítica. A seguir, apresentamos uma redação exemplo obedecendo rigorosamente a essas competências.
Redação sobre a Desvalorização da Figura Feminina na Sociedade Brasileira
No decorrer da história, a figura feminina no Brasil tem sido frequentemente subestimada e subvalorizada, perpetuando um ciclo de desigualdade de gênero que ainda persiste na sociedade contemporânea. Esse fenômeno é evidente em diversos segmentos, incluindo o mercado de trabalho, a política e até mesmo no ambiente doméstico, onde mulheres continuam a enfrentar preconceitos e discriminação constante.
Primeiramente, no âmbito profissional, a desvalorização da mulher é alarmante. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mulheres recebem, em média, 20% menos que homens em cargos equivalentes, o que revela uma disparidade salarial flagrante. Além disso, a dificuldade de ascensão a cargos de liderança contribui para a sub-representação feminina nos altos escalões corporativos, reforçando estereótipos de inferioridade.
Ademais, na esfera política, a participação feminina é notavelmente limitada. Mesmo sendo maioria na população brasileira, as mulheres são minoria nos espaços de poder. Conforme o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), apenas 15% das cadeiras na Câmara dos Deputados são ocupadas por mulheres, um reflexo das barreiras culturais e institucionais que enfrentam na política.
No ambiente doméstico, o machismo estruturante da sociedade brasileira também se manifesta. Muitas vezes, as responsabilidades de cuidado e serviços domésticos recaem desproporcionalmente sobre as mulheres, limitando suas oportunidades de desenvolvimento pessoal e profissional. Essa sobrecarga resulta em um obstáculo invisível, mas extremamente presente, que impede a igualdade de gênero.
Para combater a desvalorização da figura feminina, é essencial implementar uma série de medidas integradas. Em primeiro lugar, políticas públicas que promovam a equidade salarial e incentivem a inclusão de mulheres em posições de liderança podem auxiliar na transformação do mercado de trabalho. Na política, programas de incentivo e cotas para candidaturas femininas podem fomentar uma representação mais justa. Adicionalmente, campanhas de conscientização sobre a divisão equitativa das tarefas domésticas podem contribuir para a mudança cultural necessária.
Em síntese, a desvalorização da figura feminina na sociedade brasileira é um problema complexo que demanda atenção e ação coordenada. Somente por meio de iniciativas que visem a igualdade de oportunidades e o respeito mútuo, poderemos construir uma sociedade mais justa e inclusiva, onde mulheres e homens possam coexistir em condições equitativas.
Dicas Comentadas
O tema da redação abordou a desvalorização da figura feminina na sociedade brasileira, uma questão relevante e com múltiplas facetas. Ao enfrentar esse tema, é crucial que o estudante demonstre compreensão ampla e profunda, utilizando dados estatísticos e referências confiáveis para fortalecer a argumentação. Por exemplo, a menção aos dados do IBGE sobre a disparidade salarial e a participação política conforme o TSE são elementos que enriquecem a argumentação. Ao estruturar a redação, é importante garantir uma sequência lógica e coesiva entre os parágrafos, além de articular de forma clara as ideias, usando conectivos apropriados. Quanto à proposta de intervenção, esta deve ser detalhada e viável, sugerindo políticas públicas, campanhas de conscientização e iniciativas práticas que abordem diretamente o problema discutido, sempre respeitando os direitos humanos. Seguindo essas dicas, o estudante poderá desenvolver uma redação consistente e bem estruturada, atendendo às competências exigidas pelo Enem.