A redação do Enem é uma das partes mais desafiadoras da prova, exigindo do candidato não apenas conhecimento da norma culta da língua portuguesa, mas também a habilidade de articular ideias de forma coerente e coesa, e principalmente, construir um texto dissertativo-argumentativo consistente. As cinco competências avaliadas desempenham um papel crucial para garantir que o candidato seja capaz de expressar seus argumentos de maneira clara, precisa e bem estruturada, além de propor soluções viáveis e respeitosas aos direitos humanos para os problemas abordados.
Baixa Representatividade Feminina na Política
A representatividade feminina na política brasileira ainda é alarmantemente baixa. Tal cenário evidencia um histórico de discriminação e desigualdade de gênero, perpetuado por uma cultura patriarcal que limita o acesso das mulheres a espaços de poder. Segundo dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), as mulheres correspondem a apenas 15% dos cargos eletivos no Brasil, um número muito aquém dos 50% que seria ideal em uma verdadeira democracia representativa. Além disso, a sub-representação feminina na política impede que pautas essenciais para a igualdade de gênero e outros direitos das mulheres sejam adequadamente defendidas e apoiadas. Para enfrentar essa problemática, é imperativo que sejam implementadas políticas públicas que promovam a inclusão e a participação das mulheres na política, como a adoção de cotas de gênero e o incentivo à formação política feminina desde a juventude. Outra medida essencial é a promoção de campanhas educativas que desmitifiquem os estereótipos de gênero e encorajem a participação política das mulheres, além de criar mecanismos eficazes de suporte e proteção contra a violência política de gênero. Somente com uma representatividade justa na política é possível avançar rumo a uma sociedade mais justa e igualitária.
Dicas Comentadas
Para abordar o tema da baixa representatividade feminina na política, é importante seguir algumas dicas estratégicas que podem ajudar a elaborar uma redação bem desenvolvida e articulada:
- Compreensão do Tema: O candidato deve entender a fundo a questão da representatividade feminina na política, pesquisando dados e estatísticas recentes, além de compreender o contexto histórico e cultural que perpetua essa desigualdade.
- Argumentação Consistente: Apresentar argumentos que demonstrem a importância da representatividade feminina, como a diversidade de opiniões nas tomadas de decisão e a defesa de temas relevantes para mulheres.
- Uso de Repertório Sociocultural: Citar exemplos de outros países onde políticas de inclusão de gênero foram bem-sucedidas pode enriquecer a argumentação. Referências a legislações, documentos históricos ou figuras políticas femininas proeminentes também trazem credibilidade ao texto.
- Coesão e Coerência: Utilizar conectores e articuladores textuais para garantir que as ideias estejam bem interligadas. Palavras e expressões como “além disso”, “portanto”, “dessa forma” ajudam a construir um texto coeso e coerente.
- Proposta de Intervenção: Ao sugerir soluções, é crucial que estas sejam detalhadas e respeitem os direitos humanos. Propor medidas educativas, legislativas e de suporte à candidatura feminina são boas estratégias que demonstram preparação para o exercício da cidadania.