Desde o período de campanha eleitoral para a presidência da república, ocorrida no ano passado, a volta da Bolsa Família já era considerada como uma possibilidade para esse ano. Afinal, era essa uma das principais promessas de campanha do então presidente, Luiz Inácio Lula da Silva, do Partido dos Trabalhadores (PT).
De fato, o retorno do programa para a grade dos benefícios sociais do Governo Federal era algo com o qual a campanha do atual presidente muito trabalhou desde o ano passado. Com isso, com a sua vitória nas últimas eleições, ficou evidente que o movimento de retomada do programa Bolsa Família viria a acontecer em algum momento.
Faz alguns dias que o programa foi então relançado, substituindo o espaço anteriormente ocupado pelo Auxílio Brasil. Um movimento que foi muito semelhante ao que aconteceu no governo anterior, do ex-presidente, Jair Messias Bolsonaro, do Partido Liberal (PL). Afinal, o Auxílio Brasil foi lançado há pouco mais de um ano, exatamente substituindo o Bolsa Família, que agora retorna.
Auxílio Brasil e Bolsa Família: Motivos da transição
Por mais trabalhoso que seja fazer e investir nesse processo de transição e de substituição de um programa pelo outro, tanto o governo anterior quanto a atual gestão da república entendem que é preciso trabalhar com uma identidade própria.
Portanto, da mesma forma que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) entendeu que era preciso ter um programa social de distribuição de renda próprio do seu governo, o atual presidente Lula (PT) sabe que é vantajoso retornar com o programa que foi criado nos seus governos anteriores.
As duas estratégias de governo resultam em programas sociais anteriores, mas que acabam por refletir a mesma estratégia. O plano é deixar fixado na memória da população que o benefício social que ela recebe é fruto do governo atual, e não da gestão de terceiros.
A ideia fica ainda mais evidente quando se trata de continuar a executar um programa que é um de um governo opositor, como é o caso da gestão anterior do Palácio do Planalto em relação ao atual chefe do Poder Executivo.
Dificilmente, a atual gestão do Planalto continuaria a trabalhar com um programa social que tem a marca de um governo antecessor. Além disso, também há o esforço de defender o legado do Bolsa Família, que ficou vigente pelo tempo de 18 (dezoito) anos no país.
Logo, dessa forma, a volta do programa sempre foi vista como uma garantia, caso o atual presidente vencesse as últimas eleições, o que aconteceu em uma disputa bastante acirrada no mês de outubro do ano passado.