No contexto do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), a redação desempenha um papel central na avaliação das competências linguísticas e argumentativas dos candidatos. Compreender cada uma das cinco competências exigidas é essencial para se destacar e obter uma alta pontuação. A primeira competência diz respeito ao domínio da escrita formal da língua portuguesa, avaliando a correção gramatical, ortográfica e a adequação ao registro formal. A segunda competência exige que o candidato compreenda plenamente o tema proposto e desenvolva uma argumentação consistente a partir dele. Na terceira competência, é necessário selecionar, relacionar e organizar informações e argumentos de forma coerente e relevante. A quarta competência se concentra na coesão textual, avaliando a capacidade de conexão lógica entre as partes do texto. Por fim, a quinta competência exige o respeito aos direitos humanos, por meio da apresentação de uma proposta de intervenção que busque solucionar o problema abordado respeitando esses direitos.
A Engenharia Genética Ameaça a Dignidade Humana
A engenharia genética é um campo que tem provocado intensas discussões acerca dos seus impactos na dignidade humana. Ao manipular o código genético, abre-se a possibilidade de erradicar doenças hereditárias, porém, concomitantemente, surge o risco de exacerbação de desigualdades sociais e éticas, caso essa tecnologia seja utilizada para fins de melhoramento genético eugênico.
Primeiramente, a modificação genética levanta questões pertinentes relacionadas à eugenia e ao conceito de “perfeição” genética. A prática de selecionar embriões com características desejáveis pode fundamentar um novo tipo de discriminação e preconceito, onde indivíduos geneticamente “optimizados” seriam privilegiados em relação aos “não otimizados”. Assim, viola-se o princípio de igualdade, um dos pilares dos direitos humanos.
Além disso, a engenharia genética, se não regulamentada de forma ética e legal, pode conduzir à exploração comercial de características humanas. O corpo humano transformado em mercadoria desafia a noção de dignidade intrínseca ao ser humano, reduzindo-o a um objeto de experimentações e transações econômicas. Isso pode gerar um mercado negro de genes, em que apenas os mais abastados teriam acesso às melhores modificações, perpetuando o ciclo de desigualdade social.
Para mitigar tais riscos, é imperativo desenvolver uma legislação global que regulamente a engenharia genética com base em premissas éticas robustas. Propostas de intervenção devem incluir o fortalecimento de organismos internacionais como a ONU para monitorar pesquisas e práticas nesse campo, além da implementação de políticas que garantam o acesso equitativo às tecnologias genéticas. O objetivo é assegurar que esses avanços científicos contribuam para o bem-estar coletivo, sem ferir a dignidade e os direitos humanos dos indivíduos.
Dicas Comentadas
Ao abordar um tema como a engenharia genética e sua relação com a dignidade humana, é crucial começar com uma introdução que presente o tema de forma objetiva e direta. Em seguida, desenvolva os parágrafos argumentativos discorrendo sobre as implicações éticas e sociais da engenharia genética. Utilize exemplos concretos, como a questão da eugenia, para sustentar seus argumentos.
No desenvolvimento, relacionar o tema com o respeito aos direitos humanos é uma estratégia eficiente. Argumente de forma clara e bem estruturada, usando conectivos que garantam a coesão textual, como “além disso”, “assim”, “primeiramente”. Para a conclusão, elabore uma proposta de intervenção detalhada, mencionando ações específicas e seus agentes responsáveis.
Lembre-se sempre de revisar o texto para corrigir possíveis erros gramaticais e de coerência. A prática constante da redação, aliada à leitura de materiais diversificados, enriquece o repertório sociocultural e melhora a capacidade argumentativa e crítica, componentes essenciais para a produção de um texto excelente no Enem.