A redação do Enem é uma oportunidade ímpar para os candidatos demonstrarem sua capacidade de argumentar, refletir e expressar ideias de forma clara e coesa. As competências avaliadas nesse componente exigem um nível avançado de compreensão linguística e crítica, além de um profundo respeito aos direitos humanos. Cada uma das cinco competências desempenha um papel crucial na construção de um texto que não apenas atenda às exigências da prova, mas também reflita a capacidade interpretativa e analítica do candidato. A seguir, detalhamos a importância de cada competência.
Competência 1: Domínio da escrita formal da língua portuguesa
Essa competência avalia se o candidato demonstra um excelente domínio da modalidade escrita formal da língua portuguesa. A atenção a desvios gramaticais, ortografia, acentuação e pontuação é essencial para que o texto apresente clareza e correção.
Competência 2: Compreender o tema e não fugir do que é proposto
Trata-se da capacidade do candidato de interpretar corretamente o tema proposto e desenvolver uma argumentação consistente e pertinente. Fugir do tema é um dos erros mais graves, pois compromete a avaliação global do texto.
Competência 3: Selecionar, relacionar, organizar e interpretar informações, fatos, opiniões e argumentos em defesa de um ponto de vista
É fundamental que o candidato apresente um ponto de vista claro e coerente, sustentando-o com argumentos bem articulados e baseados em informações e fatos relevantes. Essa competência evidencia a profundidade da análise crítica do candidato.
Competência 4: Conhecimento dos mecanismos linguísticos necessários para a construção da argumentação
A coesão e coerência textuais são essenciais para uma redação bem-sucedida. A utilização correta de preposições, conjunções e advérbios garante a fluidez do texto e a inter-relação entre suas partes.
Competência 5: Respeito aos direitos humanos
A elaboração de uma proposta de intervenção é um aspecto crucial da redação do Enem. Essa proposta deve ser detalhada, viável e estar em consonância com os direitos humanos, indicando a capacidade do candidato de propor soluções para questões sociais relevantes.
Redação: O voto deveria ser facultativo no Brasil
O debate sobre a obrigatoriedade do voto no Brasil é recorrente e suscita reflexões profundas acerca da democracia e da cidadania. Atualmente, o voto compulsório é visto por alguns como uma maneira de garantir a participação democrática, assegurando a representatividade nas eleições. No entanto, essa obrigatoriedade também é criticada por aqueles que acreditam que o voto deve ser uma expressão livre e consciente da vontade política do cidadão.
Um dos principais argumentos a favor da facultatividade do voto é a valorização da liberdade individual. O direito de escolha é fundamental em uma democracia, e obrigar alguém a votar pode ser interpretado como uma forma de violação dessa liberdade. Além disso, a compulsoriedade pode resultar em votos desinformados ou apáticos, comprometedores da qualidade do processo eleitoral.
Por outro lado, a obrigatoriedade do voto é defendida como uma medida que amplia a legitimidade das eleições, garantindo uma maior participação e diversidade de opiniões. Em um país marcado por profundas desigualdades sociais, o voto obrigatório pode ser visto como uma ferramenta de inclusão, possibilitando que a população mais vulnerável tenha voz no cenário político.
Portanto, a discussão sobre o voto facultativo deve considerar tanto a liberdade individual quanto a necessidade de garantir uma democracia inclusiva e representativa. Como proposta de intervenção, sugere-se a adoção de campanhas de conscientização política e de educação eleitoral, visando informar e incentivar a participação voluntária e consciente dos eleitores. Além disso, é necessário promover debates públicos sobre a importância do voto, fomentando uma cultura democrática que valorize a participação ativa e informada dos cidadãos.
Dicas Comentadas
Ao abordar o tema da facultatividade do voto, é essencial iniciar a redação com uma contextualização histórica ou atual que situe o leitor na problemática. Utilize argumentos variados e bem fundamentados, como os que envolvem a liberdade individual e a inclusão democrática. Faça uso eficiente de conectivos para garantir a coesão do texto, como “por outro lado” e “além disso”. Para a competência 5, a proposta de intervenção deve ser detalhada e viável, como a realização de campanhas educativas e debates públicos. Evite clichês e busque uma abordagem inovadora para demonstrar autoria e originalidade no texto.